quinta-feira, 31 de março de 2011

Carta de uma mãe que morreu algumas horas após o parto


Eu nunca vou saber como são a cor dos seus olhos, qual o sensação de acordar de madrugada para embalar seus sonhos, acalmando seu choro. Eu nunca te verei sorrir quando tomar banho fazendo uma imensa bagunça no banheiro, pior que isso eu nunca verei seu sorriso! Não vou estar aí para te ajudar a dar seus primeiros passos, não saberei qual a primeira palavra ira pronunciar, para andar vagarosamente pela casa para não te acordar; não vou estar presente no seu primeiro dia de escola, ou para reclamar das suas bagunças e conversas na sala de aula. Nunca te darei broncas pelas coisas espalhadas pelo quarto, te obrigando a limpá-lo em pleno sábado, não passearemos pela rua, não te verei aprendendo a andar de bicicleta, talvez outras pessoas te abracem quando você cair, te beije nas bochechas, mas não com a mesma ternura que eu abraçaria. Me dói saber que não vou saber o nome do seu primeiro namorado, que não poderei te consolar quando qualquer garoto te fizer chorar, que não estarei presente quando seu mundo parecer desabar só para te dizer: ainda não é o fim! Peço desculpas por não poder estar presente no dia do seu casamento, por seus filhos não terem alguém para chamar de vovó, por não ter sido uma mãe presente na sua vida, eu sofro tanto com isso, mas eu quero que você apenas saiba disso, eu te amo, e você foi a pessoa que eu mais esperei em toda minha vida, a única pessoa que me fez entender o que é amor de verdade.

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