quarta-feira, 16 de março de 2011

você e eu


Por que não pode simplesmente ser assim, como nos meus sonhos? Você chegaria aqui, de uma hora para outra, tocaria a campainha da minha casa, e eu iria atender, sem saber quem é. Me assustaria com a sua voz, morreria de vergonha por estar totalmente desarrumada. Você subiria as escadas, e, ao te ver, nada mais seria importante. Eu correria até você, e pularia no seu pescoço num abraço desajeitado. Você diria que sentiu a minha falta, olharia nos meus olhos e passaria as mãos nos meus cabelos na tentativa falha de colocar aquelas mechas rebeldes no lugar. Poderíamos ficar assim, nos olhando, por um tempo indeterminado - eu perderia a conta do tempo após te ver - e então eu te convidaria para entrar no meu quarto bagunçado, mas você não se importaria, porque nós dois estaríamos juntos. Conversaríamos sobre coisas idiotas, faríamos coisas idiotas. Você começaria a fazer cosquinha em mim, e eu imploraria para você parar. Te bateria, você me abraçaria. E aí eu teria certeza de que estaria tudo bem. Seus dedos se entrelaçariam aos meus, ouviríamos a nossa música favorita, veríamos o nosso filme preferido no sofá da sala, espalhando pipoca por todo o chão. Eu descansaria minha cabeça no seu peito, onde adormeceria, enquanto você acariciaria meu ombro e faria eu me sentir especial. Pelo menos por um dia, por uma breve tarde. Só nós dois, vivendo tudo o que eu sempre quis viver. Só nós dois, juntos, mesmo que por um breve espaço de tempo. Só nós dois… como num romance de cinema.

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